2017

Eu pensei em um texto bonito para falar de 2017, com rimas talvez… camadas, engraçado, irônico. Um texto do qual eu me orgulhe de ver dois anos depois como lembrança do próprio facebook e pense: tenho orgulho de quem eu era em 2017.

E ficar assim, remoendo a coisa certa a se dizer é tão devastador… Pensar na hora certa de dizer, o certo a se dizer é uma das coisas que 2017 me fez melhor… Se dizer é preciso, então que se diga, enquanto toma café na rua em meio à poluição dos carros e das coisas, enquanto corre ou brinca de ser atleta, depois do cansaço, antes do cansaço ou abraçado a ele.

Quando não houver necessidade de ser dito, calar-se é Poesia.

Aprendi a ouvir mais e a suportar… a tranquilidade é necessário para nosso equilíbrio. Já são tantas as quedas das horas que engatinhar já não me cora as bochechas.

Permiti a despedida dentro de mim, quando ela já existia e caminhava, inconsequente, sobre a minha felicidade. Não se é negado sorriso a um palhaço, por mais puído que esse nariz pareça. Quando sobrarem as desculpas e cessarem os risos, baixe a lona e parta… o que há de vir é seguro “o que há de ser tem muita força” já dizia Guimarães Rosa.

Foi um ano difícil, aquele difícil que nos faz melhor e… sabe, não consigo olhar para traz sem agradecer por estar aqui…
Insistente, lutando como todos os outros, sendo mais um iluminado, ou não, pelo sol, cantando letra errada, dizendo não, acreditando na juventude, desacreditando de tudo… sendo fiel como um escorpiano que carrega no celular um aplicativo sobre mapa astral… Sim, isso é verdade.

Eu pensei um texto bonito e acabei escrevendo esse do qual eu posso não me orgulhar daqui dois anos e até busque uma maneira de fazê-lo desaparecer… Mas 2017, muito obrigado por me fazer uma pessoa melhor.

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